IMPREVISÍVEL É O TEMPO ✨🕰️
História oficial como pesadelo colonial.
A cultura nem sempre liberta; ela também escravizou.
GUSTAVO PEREIRA
O samba-enredo da estação primeira de Mangueira, vencedora do carnaval de 2019, nos trouxe em seus destaques nomes invisibilizados dos livros didáticos.
De maneira lúdica e musical, o samba suscitou inúmeros questionamentos em torno das desigualdades sociais e históricas que esse país possui.
Quando nos deparamos com a história oficial contada nos livros, percebemos que a norma é pálida, ocidental e europeia. Imposta como a certa e heterossexual. Polida e cisgênera. Tudo que desviasse não era mencionado e deixado de lado, à revelia do ostracismo.
Talvez um dos mitos a cair vertiginosamente em nossa sociedade seja o da “democracia racial”.
Passava-se isso dia-a-dia, mês a mês, ano a ano, geração a geração, moldando-se um comportamento. Isso é a expressão de uma cultura diante da qual não podemos ser tolerantes. Pelo contrário: devemos romper esse processo. Nos posicionarmos enquanto cidadãos conscientes e antirracistas.
É um momento de travessia onde configura o valor na insistência de políticas culturais municipais permanentes como ferramenta de garantia de direitos básicos.
A imagem de pessoas negras atreladas a pessoas preguiçosas, violentas ou criminosas ronda o imaginário comum e popular. Por meio de filmes, novelas e programas de tv. Não é possível defender a democracia racial em um país com mais de 70% da população carcerária de negros; com a maioria de trabalhadores informais, sem oportunidades, também negros; com o aumento drástico de casos de feminicídios no país nos últimos anos, sendo que a diferença entre os homicídios de mulheres negras para brancas é de 71%, segundo estudo publicado pelo Geledés – Instituto da Mulher Negra.
Portanto, o exercício da tolerância e do convívio democrático. Quando nos deparamos com a história Oficial contada nos livros, percebemos que a norma é pálida, ocidental, europeia e cristã. Imposta como certa e heterossexual. Polida e cisgênera. Tudo que desviasse não era mencionado e deixado de lado, a revelia do ostracismo.
"Se Jesus Cristo tivesse morrido nos dias de hoje com ética
Em toda casa, ao invés de uma cruz, teria uma cadeira elétrica."
Exu nas escolas - Elza Soares part. Edgar
O nome “Embu” veio da assimilação linguística de Mboy, nome da aldeia jesuítica que deu origem à cidade. Seu significado seria algo como “Rio das Cobras” a partir da junção dos termos: mboîa = cobra e ‘y = “rio”. Terra das artes e antes, rio de cobras.
Não esqueça, não só do Butantan que vem as melhores curas. Só perde para floresta.